segunda-feira, 27 de julho de 2009

A problemática da Pesca em Portugal

Ontem à noite vi na TV um programa que falava sobre a Pesca, acompanhando uma família em particular. Nesta família, o pai era pescador e chegava a trabalhar 36 horas seguidas, chegando muitas vezes a casa sem dinheiro algum. Como é possível alguém trabalhar 36 horas seguidas e não receber um único cêntimo? Obviamente algo está errado. Ao longo do programa, fui-me apercebendo de que o problema da Pesca em Portugal se assemelhava muito a uma situação em particular que estudamos em Microeconomia, o mercado perfeitamente concorrencial. Segundo o livro "Economia" de Samuelson Nordhaus, o mercado perfeitamente concorrencial tem certas "regras" que o definem.
Nestes mercados tanto os vendedores como os compradores são demasiado pequenos para afectar o preço do produto (Não o podem aumentar).

Quando nos deslocamos a uma lota temos vários pescadores a tentar vender. Se um vender a 1€/kg e o outro ao lado vender a 0.80/kg cents a quem você vai comprar? Obviamente ao segundo, forçando o primeiro a baixar o preço para 0.80 cents. Isto até é bom para o consumidor mas poderá não ser para o vendedor porque os 0.80 cents podem não cobrir todas as despesas envolvidas na captura de 1kg de peixe. É isto que se passa em Portugal.

A solução passa por tornar os pescadores "grandes" para que possam deixar de estar num mercado perfeitamente concorrencial e passar para um monopólio. Para os tornarmos grandes precisamos de os associar numa associação que defina preços fixos para cada região ou até para o pais todo. Assim se nos deslocarmos para uma lota em que os preços sejam todos iguais compramos na mesma, por ser um bem de primeira necessidade, sem que haja a descida de preço que coloque em causa o sustento dos pescadores. Para onde quer que nos viremos só vemos um preço: Um que permita que os pescadores retirem algum lucro. Quando falo em preços iguais falo só num tipo de peixe. É claro que diferentes peixes têm diferentes preços devido ao tipo de captura poder ser diferente.

Outra vertente que temos de controlar é a quantidade pescada. Se for muita, então vamos querer vender para não se estragar e para vender muito baixamos o preço. Assim voltamos ao mesmo. Sugiro então uma definição de quotas de pesca para cada região, barco e para o pais todo. Mesmo que falte sardinha no Porto podemos ir buscar algum excedente a Aveiro por exemplo, sempre ao mesmo preço. Um preço que permita aos pescadores terem algum lucro. As quotas também ajudam a gerir a quantidade de peixe no oceano, o que permite uma boa gestão ambiental.

É uma solução de difícil implementação mas tendo o Estado um orçamento de 260 milhões em subsídios para este sector não lhe custaria diminuir um pouco os subsídios em detrimento da criação dum mercado que gerasse o lucro necessário para os pescadores se sustentarem.

Quem tiver comentários CONSTRUTIVOS por favor acrescente. Mais tarde enviarei um email ao ministro da Agricultura com toda a informação. Muitas cabeças pensam melhor que uma só...

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